Maria é o meu nome preferido. Eu sou Maria. A minha mãe é Maria. Não tenho filhas (nunca as quis!) que seriam Maria’s também. E depois há outras Maria’s que eu amo que não sendo minhas vestem-me a pele pois eu sou delas. E, em jeito de ostentação pura, me exibo em seus braços!
Senhoras e Senhores …
Maria Bethânia … abelha rainha … filha de sangue de Seu Zézinho e de Dona Canô e filha da alma de Oxum, do Candomblé, de pele irmã de Caê, e de outros poetas, filósofos, músicos, que a família Veloso é chão fértil. Lá vinda de Santo Amaro, na Bahia para onde eu vou, Maria foi, é (está em mim) a diva de tudo o que poderia ter desejado ser. Ela é dura. Ela é sensível. Ela é guerreira. Ela é mística. Ela é mulher. Ela ama a Chico. Ela canta Roberto. Ela chora Noel. Ela é Mangueira. Ela bebe. Ela fuma. Ela fica quieta. Ela se eleva. Ela é irrequieta. Ela se renova. E ela me inspira.
Maria Gadú … menina, que parece menino, favelada com voz celeste … assim a definiu Caetano quando a viu pela primeira vez, sentada no seu banquinho, lá num bar do Rio de Janeiro, comentando com Milton. Quando eu a ouvi, eu nem a queria ouvir. Foi um acaso. Eu adoro o samba paulista, mais ainda Adoniran, e procurava como companhia de almoço, no you tube, o Trem das Onze, onde volto a todo o instante (é que os prefiro assim, meus, de todos os tempos, sem disponibilidade para o novo que não me é nada) e surge ela. A voz clara, doce, quente da Maria arrasou com o meu coração! E assim é até hoje … paixão assolapada que vai conquistando o palco do amor.
Hoje, sinto um orgulho desmedido* pois as minhas Maria’s caminham lado a lado, dentro do meu peito, e vão pelo mundo me levar aconchegada de acalanto, de desejo, de ternura, de prazer.
A elas, Maria Bethânia e Maria Gadú, minhas palmas, minhas lágrimas, meu eterno agradecimento!
mh
*Nomeação do Melhor Albúm de MPB nos Grammy Latin Awards 2015
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