O dia havia sido pleno de sol, areia, mar e muita paz e sossego. Acabava com o astro rei a ser recebido pelo mar para dar lugar à noite. E, no breu, desci pelo caminho íngreme de terra com apoio da luz de mão, que nem a lua me iluminou lá do alto, para vir jantar à vila.
As opções eram muitas e variadas, geralmente aventuras de estrangeiros que se apaixonaram pela ilha e pela forma desapegada de se viver, e entre pizzarias italianas, creperies francesas, bistrôts argentinos eu optei pela barraca da Antonieta. Ia finalmente comer um acarajé!
Acarajé é um bolinho de feijão frade moído que é frito em óleo de dendê. Depois de aberto ao meio é untado com pimenta picante, vatapá, camarão, caruru, molho vinagrete de tomate, cebola e pimento. Finalmente servido e uma delícia! Adorei mesmo!
Mas a vida tem me provado que os momentos é que transformam um acarajé numa delícia inesquecível e o sorriso puro da baiana Antonieta, que me recebeu de braços abertos, completou a memória.
Na pureza da genuinidade fui-me encontrando. É que eu sou assim e não me quero esquecer do bem que soube!
mh