Esta música tem tanta, tanta importância na minha vida que eu dei por mim a entende-la como o elo emaranhado de toda a minha história!

Adoniran Barbosa, o seu autor e cantor, apresentou-me São Paulo e as suas duras realidades, passadas e presentes, e ensinou-me que um poeta tem linguagem própria … Não é erro, é a vida! Mas isso agora não é para aqui chamado. Agora, eu vou vos falar desta música, que não há quem não conheça!

Ouvi-a na voz de quase todos os que me são importantes, desde lá trás, ainda uma catraia, com o meu pai ou a minha mãe a canta-la nos saraus familiares de domingo à noite, de Caetano a Marisa, de Zeca a Maria Rita … e também me trouxe, sem aviso, uma garota menina (meio menino) que entrou na minha vida, sem ninguém convidar, e foi ficando …

mh

Senhoras e senhores, Adoniran Barbosa e o seu Trem das Onze, hoje com Maria Gadú

Trem das Onze

Não posso ficar
Nem mais um minuto com você
Sinto muito amor
Mas não pode ser.
Moro em Jaçanã,
Se eu perder esse trem,
Que sai agora às onze horas,
Só amanhã de manhã.

Não posso ficar,
Nem mais um minuto com você,
Sinto muito amor,
Mas não pode ser.
Moro em Jaçanã,
Se eu perder esse trem,
Que sai agora às onze horas,
Só amanhã de manhã.

E além disso mulher,
Tem outra coisa,
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar.
Sou filho único,
Tenho minha casa pra olhar.

Eu não posso ficar.
Não posso ficar,
Nem mais um minuto com você,
Sinto muito amor
Mas não pode ser.
Moro em Jaçanã,
Se eu perder esse trem,
Que sai agora às onze horas,
Só amanhã de manhã.

E além disso mulher,
Tem outra coisa,
Minha mãe não dorme,
Enquanto eu não chegar.
Sou filho único,
Tenho minha casa pra olhar.