As férias de verão foram em Agosto e foram passadas em família. A quatro: pai, mãe e os dois filhos. Este ano juntou-se o cão que também veio.

Normalmente, duas a três semanas, sem pressa nenhuma, nem de partir, nem de chegar. Não temos destinos certos, nem horários. Evitamos sempre que podemos a confusão. E perdemos-nos em almoçaradas e jantaradas, em vistas sem fim, nos sonhos de camas quentes, dos mergulhos em piscinas de água fria, em mil e um planos fotográficos, em muitos beijos e mais abraços, risadas de doer a barriga e descomposturas de tirar do sério. Ufa!

Queremos mais que tudo estar juntos, mas também nos fartámos e damos espaço sempre que necessário. E descansamos a mente e cansamos o corpo, ficando sempre a sensação que das férias de verão é absolutamente preciso tirar novas férias.

Começamos a falar de férias de verão em Maio. Pensamos no Algarve, mas depois sabemos que não é em Agosto que lá devemos ir, embora já tenha sido destino garantido. Gostamos sempre do imenso Alentejo Interior, de Évora, de Monsarraz, de Estremoz, de Beja. Já nos conhecem alguns e isso faz a diferença. Somos acolhidos como quem fica sempre com saudade e por isso é tão bom voltar. Mas não foi este verão. E temos por amor de perdição o Douro! Por causa da embriagante paisagem, dos óptimos vinhos e também dos amigos que por lá fomos fazendo e dos que já lá tínhamos.

Este ano foi assim.

Porque gostamos mais de calor e sol que de frio e neve, fomos de férias em Agosto à Serra da Estrela, na Covilhã, Beira Interior.

Saímos de casa com malas e bagagens pelas três da tarde, sem pressas. Rumamos à A1, seguindo desde o Porto até Aveiro, depois metemos pela A25 até Viseu, e aí optamos pela estrada nacional até Seia pois preferimos fazer a serra, e não mais a autoestrada, para nos brindarmos com a paisagem.

Quem conduz sou eu. Primeiro, porque prefiro. Segundo, porque preferem. Terceiro, porque ficamos todos satisfeitos!

Duas horas de condução e chegamos ao Sabugueiro, a mais alta aldeia de Portugal, a cerca de 1050 metros de altitude, a partir dali será sempre a subir pois queremos chegar lá cima, ao topo, aos quase dois mil metros. Curva contra curva, ninguém enjoa, a paisagem é arrepiante e os céus, infelizmente, por este dias andavam cinzentos dos muitos fogos que desbastam o nosso belo país. Assim que chegamos ao cimo da Serra da Estrela, às Penhas da Saúde, o céu já ficava azul mas ao longe levará ainda uns dias até clarear.

O destino era improvável. Mas logo nos rendemos. Tínhamos por certo o sossego pois estas bandas são mais procuradas no inverno. Enganamos-nos!

Os hotéis cheios, os restaurantes lotados, um vai e vem de carros que ora subia, ora descia a serra. No entanto, havia uma diferença nesta afluência de gentes – portugueses, espanhóis, franceses – é que cabíamos todos sem nos sentirmos incomodados.

Fico contente por ver Portugal a ser desbravado no seu interior com a mesma vontade e quase mesma frequência com que se procura o litoral. E a Serra da Estrela é de visita obrigatória no verão!

mh