Na Avenida Paulista situa-se a maior livraria da América Latina, a Livraria Cultura.
Se importa o tamanho? Não, na verdade, até atrapalha porque são tantos, mas tantos apelos para comprar tudo o que interessa (eu carreguei quase dez quilos de livros!?!? que me valeram uma taxa extra no peso da mala – a tal que já de si pesava trinta quilos) que duvido quando terei tempo para os ler a todos.
Mal entrei vi Mia Couto, Pedro Chagas Freitas, Valter Hugo Mãe, Paulo Coelho, Mário Sá Carneiro, José Luis Peixoto, Fiodor Dostoievski, Stephen Hawking, no mesmo Topo de Destaque, do que as editoras pretendem que os brasileiros leiam. Confesso que ao ver os meus patrícios fico feliz, mesmo que não os leia.
Fico sempre feliz com o sucesso e reconhecimento português além portas … às vezes bem superior ao de casa.
O espaço é espectacular – aceitem-me o entusiasmo – onde todos buscam o livro, a informação, a partilha, a leitura, o momento de encontro. E tudo proporciona tal acontecimento.
Eu estive na Cultura do Rio de janeiro também, mas a minha preferida foi esta de São Paulo. Porque são os paulistanos que a frequentam, que se deitam relaxados nos sofás a ler o livro desejado, que se sentam em grupos de jovens a tirar selfies e a trocar ideias e a comprar livros, que nos recebe, a nós, turistas, estrangeiros, com um sorriso simpático e um interesse natural sobre o que é nosso. Está-se bem aqui e assim se explicam as quase duas horas lá passadas.
O espaço infantil é muito curioso e dinâmico onde a imaginação voa nas assas dos dragões que por lá convivem, entre olhares curiosos e ouvidos atentos às histórias contadas ou a contar.
Quando apresentei os oito livros que comprei no caixa, para pagar, perguntei se era assim um domingo na Cultura?
“Que nada, senhora! Hoje nem parece um domingo, é por causa de ser Páscoa … todo o mundo saiu de feriado … está até meio vazia!”
Fiquei a pensar o que seria meio cheia. Mas para mim estava bom assim.
Saí feliz com o peso do saco carregado nos ombros. Teria leitura para um ano ou mais porque eu adoro livros e compro mais do que o que leio (não se acusem porque eu sei que com vocês é assim também!)
Ainda tive, mesmo à saída, tempo para este registo … os melhores amigos do Homem também vão à livraria, aliás vão a todo o lado … restaurantes, shoppings, lojas, e sempre tratados com imenso respeito.
“A educação de um povo se avalia pelo modo como trata os animais”.
Alexander Von Humboldt
mh