A tarde estava a meio e de novo embarcava. Agora num barco pequeno a motor que me levaria ao paraíso. Eu sei, eu sei, a palavra não se usa porque, na verdade, é uma evidência. Mas eu vou usá-la na mesma!
Tudo à minha volta começava a ser surreal. Era o Brasil. Sim, era. Mas não era o Brasil onde até agora tinha estado. Aqui o tempo parara. Aqui ninguém tinha pressa. Aqui viajava-se de barco para se chegar e não havia horário alargado, nem meio alternativo. Aqui começava o paraíso (ou não, mais à frente explico!).
Para já, queria sentir o vento no rosto, a água salpicar nos meus braços, o resto de sol que me aquecia, e deslizar a toda a velocidade pelas águas serenas que me levariam a Boipeba. Nunca ouviram falar?
Nem eu, até há uns tempos atrás. Agora que chegava começava a perceber que Brasil era este.
O cansaço deste longo dia fazia-se evidente neste instante. Mas muito ainda me iria surpreender. O impensável estava tão perto!
mh