A minha breve e intensa visita a Salvador estava a chegar ao fim. Teria tempo para um almoço simples, no fundo da rua, no Bar do Ulisses. Comida de buteco, simples e muito bem feita. Despedi-me de Salvador de barriga cheia e muito satisfeita com uma carne seca amparada de puré de abóbora e pirão de aipim brindados com castanhas de caju e linguiça. A não perder!
O Fábio já me aguardava quando cheguei à Pousada Colonial para um “até breve” e ir agora para o meu Rio de Janeiro!
O Aeroporto Deputado Luís Eduardo Magalhães, mais conhecido pelo seu original e merecido nome de Aeroporto Dois de Julho, em homenagem à independência da província da Bahia e à consolidação da independência do Brasil, fica a vinte e dois km do centro e por isso chega-se rápido. Assim como, rápido e organizado, foi o Check In com direito a despachar a famosa e pesada mala.
Viajei pela Avianca num avião novo e sofisticado. Toda a informação, inclusive a de segurança, é digital e bem mais eficaz que a encenação dos hospedeiros, a qual ninguém presta atenção.
O voo era um marco nesta viagem, eu ia chegar ao Rio de Janeiro e a turbulência e a minha expectativa estavam ambas em níveis elevados. Mas nem a turbulência, os abanões e as cabeçadas tiravam àquela viagem a magia que ela tinha. Do alto, eu via o meu Brasil adorado que se me apresentava puro, verde, intocado, por mim.
A sanduíche oferecida recebeu honras de manjar: pão com mostarda e “mortandela” levemente aquecida, salgada demais, que me soube um gosto de prazer que jamais vou esquecer!
O voo ia meio cheio, meio vazio, e, por isso, a bordo fazia-se silêncio, interrompido pelas turbinas e quatro hospedeiras, lindas, quanto desnecessárias e faladoras.
O tempo passou a voar e chegar ao Rio atordoava os meus pensamentos. Não havia volta a dar, não poderia ir para trás, não mais deixaria de lá chegar e isso, eu sabia, eu sei, ia mudar a minha vida para sempre.
Olhava de cima a Cidade Maravilhosa dourada, iluminada, e eu competia com ela, segura de mim, em estado de graça, com a beleza natural e arrebatadora. Era assim que o Rio me fazia sentir , linda! E o Rio, ah, o Rio continua lindo!
Aterrei a sete de novembro de 2015 no Rio de Janeiro e isso fazia toda a diferença. Abençoada pelo dia sete, sábado, dia da totalidade, da perfeição, da consciência, da intuição, da espiritualidade e da vontade. O sete simboliza que também fim de ciclo e renovação.
E eu, em consciência, vivia toda uma vontade de vida inteira, e sabia que me renovava ali.
mh
2 thoughts on “Até já, Bahia! Olá, Rio de Janeiro!”