O Rio de Janeiro é uma cidade famosa, pela negativa, por ser uma das cidades mais violentas do mundo. Eu não acho, não!
Todos consideram a minha leveza sobre a cidade uma inconsciência e, até há uma semana atrás, muita ignorância da realidade e desconhecimento de causa. Pois bem, talvez fosse, mas agora ignorância não tem mais porque vivi uma semana no Rio de Janeiro instalada na Lapa, centro do Rio, uma zona considerada pelos próprios cariocas como “difícil”, mas eu não senti e não me privei de nada.
Entre 6 500 000 de seres humanos, brasileiros, portugueses, americanos, argentinos, franceses, alemães, italianos, e outros mais, passeei leve, solta e a sorrir por todas as ruas que se me cruzavam pela frente sempre sem medo, sem olhar para atrás. Fui o que sou em qualquer parte do mundo!
Não uso brincos, não uso relógio, uns fios sem valor e, sim, apenas um telemóvel de ultima geração, objecto comum onde TODOS tiram fotografias, gravam filmes, telefonam, enviam whatsapp e comunicam em geral. Visto roupas leves sem ostentação. Prendo e solto o cabelo. E esta sou eu no Rio e no meu amado Porto, que ninguém disse que não se pode amar este, aquele ou o outro. Mas eu sigo sempre a prática do desapego, mesmo quando almoço no Copacabana Palace! O que me enche as medidas não tem logotipo, nem etiqueta de valor. Tem sentimentos, tem charme, faz-me rir!
Já elas, as brasileiras, usam. Ostentam o que podem e como podem. Vestem-se bem (diria, em certos casos mais exclusivos, muito bem), usam brincos, colares, pulseiras, relógios, malas de marca, “celulares” não um, mas dois ou até três. E não estão nem aí. Os cabelos são hidratados, as unhas tratadas, e não sendo as mulheres mais bonitas do mundo, esbanjam sensualidade.
No ar sente-se desejo, os corpos estão mais descobertos mas não se anda “despido”, o ar é doce e os as ancas bamboleiam ao ritmo do batuque e, isso entra pelos poros, quando o malandro começa a sambar.
O brasileiro é atrevido, acaricia a mulher com os olhos, toca com as mãos sem ir longe demais e assim são eles e elas. Estranha-se, de início, mas logo se vicia para a vida. E a vida, a vida é muito bem vivida!
Ser pobre, favelado, operário, velho, novo, rico, bilionário, amado, frustado, preto, branco, mulato, gostoso ou não, ser brasileiro é Ser Humano!
E eles vivem essa dádiva com uma alegria, uma felicidade instantânea (que ouvi dizer, essa tal da “felicidade” não a há permanente, nem constante) que esquece tudo o de menos bom que a vida comporta e agradecem sempre (e reclamam a toda a hora também!) e dançam, sorriem e amam, oh como sabe amar esse povo!
Agora, de volta à realidade, resta rezar e seguir em frente, sem medo de olhar para trás.
#prayforParis
#prayformariana
#prayfortheworld
mh
Ser Humano de Zeca Pagodinho
Quero ver sempre no teu rosto essa felicidade
O teu sorriso iluminado que me faz tão bem
O teu astral pra cima já é marca registrada
Esse teu jeito que não guarda mágoa de ninguémEssa vontade de quem vai vencer na vida
Eu tô com Deus e sei que Deus está contigo
Teu coração não cabe dentro do teu peito
Que está lotado transbordando de amigosVocê tem sempre uma palavra de consolo
Fica sem jeito se deixar alguém na mão
Tá sempre junto e misturado com seu povo
Fecha com quem está sem lenço e documentoNa correria você sempre encontra tempo
De demonstrar o que é ser gente de verdade
Sempre buscando o bem da humanidadeÉ ser humano, é ser humano, é ser humano, ser humano eh
É ser humano, que sabe chegar pra somar
É ser humano, não deixa a canoa virar
É ser humano, na hora que o tempo fechar, ser humano eh
É ser humano, que tá pro que der e vier
É ser humano, é tema da minha canção