Parto hoje do Porto, daqui umas horas, setenta e duas horas antes de zarpar, para garantir que nada me impedirá de embarcar a bordo, nem eu mesma.
Inicio esta viagem de comboio.
Eu adoro a fantasia da lentidão dos comboios que me fazem abrandar os pensamentos. A velocidade sonora dos trilhos de ferro que uniram, e unem, as terras e as gentes sobrepõe-se à ansiedade de chegar a um ponto B. Entre o Porto e Lisboa, terei tempo para nada pensar. Nada fazer.
Deixar-me levar no pouca-terra de ritmos alucinantes que em cento e cinquenta e cinco minutos me dará tempo de voltar atrás (nunca), seguir em frente (o mais certo) e continuar (para sempre) a encontrar-me em cada chegada, apeada de medos e carregada de vontades.
mh
Boa viagem! Que vontade de ir contigo! Nessa viagem que tu própria já fizeste e que apenas terá um tempo!
Beijinhos
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