Hoje fiz a minha primeira consulta do viajante. Entrei e encontrei um batalhão de gente de bata branca que me olhava. De bloco na mão, que sequer abri, sorri e ouvi atentamente a médica simpática que debitava informação sobejamente conhecida e ainda apartes de perigos de zonas para as quais não vou (nem tenho intenção de ir, para já!).
“Ah, vai de navio?! Pois. Eu já fiz cruzeiros. Mas nunca a travessia do Atlântico. Suponho que no alto mar não há grande oscilação”. De repente, realizei o alto mar. Acho que ainda não tinha parado para perceber a dimensão do mar, que é oceano. Foquei-me no ponto de partida e de chegada e deixei em banho maria os nove dias que separam um ponto do outro. Que se aproximam à bolina dos ventos tão sonhados!
Falaram-me também do dengue. “É um mosquito, sabia?” Sabia. E sabia que gosta de águas paradas, da luz do dia mas de roupas escuras. Que dá febre delirante e dores de cabeça à seria. Repelente. E andar tapada, o que será difícil a pensar na mala que está prestes a ser fechada.
Medicamentos? “Leve o que está habituada a usar.” Nada. Não os uso. Não me agradam. Busco sempre as alternativas. É um modo de vida!
Depois ia preparada para tomar duas vacinas, uma já conhecida e com prazo, a do tétano, e outra estreante e com período de incubação de dez dias, a da febre amarela. Bem, espero não receber a visita indesejada de nenhuma delas. Mas mais vale prevenir do que gramar com uns tantos dias de cama em estado delirante e febril (já percebi que por aqueles lados andam todos em delírio!), com calafrios, náuseas, icterícia (onde tudo fica amarelo) e hemorragias diversas … a energia delirante e febril (eu não digo!) é para outros assuntos! Mas só tomei uma. A do tétano. Que vai doer. Para pôr gelo. E passa.
E vim embora. “Boa viagem!”
mh
Querida Raquel,
levo-te comigo, aos teus olhos que me sorriem, e quando elas chegarem, as páginas, lê-as em voz alta para o divino te ouvir e me proteger!Obrigada pelo carinho! Beijo:)
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É maravilhoso acompanhar tudo como se te estivesse a ler o diário. E, claro, morro de inveja desse mar alto que te espera tão serenamente. Sozinha com ele por nove dias. São muitas página tantas para escrever. Fico à espera para ler. Beijo.
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