Há encontros celestiais. Preparados pelos Deuses. Pelo Criador. Ou simplesmente pelos amigos. Ontem, no Porto, foi um dia desses. De encontros.
Os amigos estão a entrar nos ‘entas todos os meses e uns há que festejam. E assim foi ontem. Atrasada, como sempre, para um almoço, já de si, tardio, cheguei esbaforida, depois de subir o Infante e parte da Mouzinho.
Entrei no Cantinho do Avillez, gosto de lá ir, e logo os vi. Éramos dez. Um número redondo e ideal para uma mesa de conversa, risadas, comida e vinho. Dei um abraço carinhoso ao meu bom amigo. E depois um aceno à mesa. As caras eram me tão familiares que uns já me pertencem, mas nem todos. Ao meu lado, sentada, estava ela que com olhos simpáticos me recebeu. Talvez se tenha assustado um pouco. Eu estava, digamos, a arder … de calor e de vergonha por chegar tarde a um alargado almoço-lanche.
Como tenho tanto a acontecer na minha vida, fui respondendo ao que me perguntavam, anunciando algumas surpresas e falando, pois que falo muito, e a encontra-la que se me ia revelando como se de mim falasse. Os sonhos, a vida, as etapas, a família, o marido (tão como o meu), o Brasil … a dada altura diz-me “És tão parecida comigo que até irrita!” e sou, e somos.
É que o Brasil está em mim desde sempre e eu nunca lá fui … mas enquanto eu sonhava, há uns anos atrás, com as águas transparentes e cálidas de Jericoacoara, ela e ele (que é o apaixonado do Brasil) deitados nas areias douradas do Ceará abriam a Porta Azul dos seus sonhos!
Bem haja quem sonha e não tem vergonha de ser feliz!
mh
*as camélias, o ultraleve e o “Porto” são uma ilustração da Benedita Feijó
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