Acordei e nem um fio de luz via, nem uma nesga dessas luzes que estão lá quando acordamos, percebi imediatamente que não eram horas. Que só eu estava ali. Todos os outros permaneciam em descanso. Ela, a insónia, virá me visitar mais vezes por estes dias por isso o melhor é recebe-la.
Levantei-me e, como fervilhava de pensamentos, com uma chávena fumegante companheira destes imprevistos (previsíveis) e uma Ella que compassava o teclado, vim até à cozinha (onde estou agora) com este amigo e abri-o pronto para as receber. As palavras (as letras, os pontos e as virgulas) são (sempre foram) as minhas aliadas em momentos de semeadura.
Tenho tanto dentro de mim (mas ainda não chegou o tempo certo) que se torna insuportável guarda-lo. Preciso largar o que é meu mas não me pertence. Sinto que não digo nada apenas solto pensamentos de ideias fixas que teimam em persistir.
O dia ainda não nasceu mas o meu dia será belo de feições, com peso e altura admiráveis, cheio de saúde e um belo sorriso porque hoje é dia de tudo poder acontecer. Até ter uma insónia.
mh