Quando se decide algo que sai fora do expectável, do redondo, do certo, do igual, do mesmo, a tendência dos outros, próximos ou distantes, íntimos ou circunstanciais, é questionar colocando obstáculos, quimeras, juízos.
Vejamos … como é que vais? És louca e se te afogas? E se enjoares? E se te sentires só? E se tiveres medo? Com que dinheiro? E os teus filhos? Vais deixa-los? E o trabalho? Vais deitar tudo a perder? E se te matam? E se te roubam? E se te perdes? E se te desiludes? E se te arrependes? E se te engasgas? E se adoeces? E se tiveres saudade? E se não gostares da comida? E se chover? E se fizer muito calor? E se a Dilma cair? E se o Jô emagrecer? E se … E se … E se …
E por ai vai … os Se’s são senhores absolutos de certezas inabaláveis precedidas de um fatalismo ignorante e medroso que se encerra na rua de cada um, dentro de portas, seguros, com as suas verdades e as suas (sobre)vivências.
Eu tenho medo. Claro. Tenho tanto medo de gostar, de gostar muito, de me seduzir, de me viciar, de morrer de amor por esta partida que não tem volta marcada. Porque, depois, mesmo quando chegar, tenho de chegar, outra vez, tudo o que conseguirei pensar será em partir, tenho de partir, de novo.
mh
Eu vou sempre. Com medo. Desafio o meu medo . Nunca me arrependido do que fiz. Eu só me arrependo do que não fiz.
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Olá Maria Helena,
o medo é natural e não tenha vergonha de nada … não espere que entendam, porque apenas quem parte sabe porque o faz! Espero poder inspira-la!
Desejo-lhe toda a sorte do mundo. Beijinhos!
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Olá
Eu sou Maria Helena
E tenho medo
Tenho vergonha de dizer que tenho medo
Os parentes não entendem
Os filhos aceitam sem concordar
E aos amigos nem falo nada
Mas eu tenho medo
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